quarta-feira, 31 de março de 2010

Quando eu descobri que o amor existe


Quando tinha 17 anos me apaixonei pela primeira vez, senti essa coisa inexplicável que invade, machuca e toma conta, achei que o mundo iria terminar ali e que nada mais importaria. Demorou, mais um dia passou. Então cresci, tornei-me uma pessoa extremamente racional, independente, realista. Então tive a certeza de que aquilo tudo foi apenas um caso isolado de minha já tão longínqua adolescência. Mas por sorte um dia sem esperar, e sem ao menos acreditar ser possível, descobri que o amor existe.
Diferente da paixão ele não dói tanto, ele apenas invade e fornece acalento, inunda o coração e o acalma, então você olha para esta pessoa e todo o universo faz sentido, sua qualidades o completam e seu defeitos não incomodam (pelo menos não tanto) e a única vontade é permanecer ali em seus braços por longos períodos de tempo apenas respirando e sentindo seu coração bater, porque isso lhe conforta.
Ainda não me considero romântica, ainda conservo minha racionalidade irritante, mas não posso mais negar a sua existência, a existência do amor. O que nos leva a senti-lo? Bom tenho algumas teorias, mas teorias são apenas teorias. Não acredito que seja eterno, embora possa durar bastante. Mas o mais importante é que ele é real. Hoje eu sei, sei porque senti. Não consegui vivê-lo, pois meu amado não acreditou. Mas o amor mesmo sem ser vivido ainda é amor. E agora que o descobri espero apenas nunca mais perdê-lo e dessa forma vivenciá-lo novamente.

Assim calmo e profundo no colo de um alguém!


sexta-feira, 26 de março de 2010

Pessoas, um pedacinho de mim

Minha vida passou de repente pelos meus olhos, então lembrei-me das pessoas que passaram por ela, aquelas que por algum motivo inexplicável fizeram parte dela e depois se foram, das pessoas que nunca mais vi, das que reencontro sem esperar e daquelas que estão comigo agora e que em breve não verei mais.  Percebi então que aquelas pessoas que não vejo mais ainda estão comigo, fazem parte de mim, de quem eu sou, do como eu me formei. 
Lembrei-me de quando a Carla estava triste e eu fazia “meus didinhos” uma espécie de contorcionismo, no qual tocava meu nariz com os dedos do pé, assim, só pra animá-la, do ataque da "mão descontrolada" que também serviu pra animar tantas amigas. De quando cantei músicas de ninar para espantar os medos da Paula ou quando cantei "Evidências" de madrugada com a Sarah em ponto de ônibus de madrugada na Alemanha. São tantas coisas tristes e alegres compartilhadas com pessoas que passaram por minha. São elas, boas ou más, que causam saudades ou almejam por esquecimento. Essas pessoas sempre irão existir dentro de mim e de todos que as conheceram, assim como eu também sempre serei um pedacinho daqueles que estiveram comigo. 
Obrigada a todos que estiveram e também a todos que virão.....

domingo, 14 de março de 2010

Observações


Lembro-me de quando era pequena, não falava quase, só observava com os olhinhos negros esbugalhados, observava e entendia. Tudo tão grande, tão vasto e eu, miúda, só observava.

Hoje continuo a observar, sentada nem tão calada, com os olhos negros não mais esbugalhado. Tudo tão grande, tão vasto e eu ainda miúda. Observo e não entendo.